sábado, 30 de maio de 2009

Muitas cores... muitos Sorrisos!

Mais um dia de muitas brincadeiras no hospital e, à semelhança da última visita, os palhaços voltaram a multiplicar-se nas seis carinhas larocas apresentadas acima! Apesar dos passos que demos positivo e negativamente, no fim lá conseguimos definir o grupo, que desta vez reunia uma característica essencial para o trabalho: estar bem habituado às exigências criativas das ciranças!

Antes de darmos início à nossa viagem, queria primeiramente agradecer a generosidade com que o Filipe e a Ju valorizaram o nosso trabalho. Quando digo nosso não me refiro apenas às duas meninas penduradas aqui à esquerda, mas sim um trabalho fantástico de todos os que cruzam aquelas camas (essencialmente as enfermeiras estagiárias :P). Um Sorriso faz milagres!

Agora sim, já tocou o despertador... Mais um domingo... mais um domingo de coração cheio!
À entrada das urgências aguardavamos os palhaços, que envergonhados perante a descoberta das portas e corredores do hospital, lá íam alimentanto a imaginação de quem passava através das roupas coloridas. Pediatria era logo alí ao virar da esquina!
Conhecidas as regras do jogo e após termos o visto de aprovação para apalhaçar, a nossa viagem começou, como sempre, com os mais frágeis e mais docinhos. A medo e seguindo os passos dos sapatos amarelos, lá fomos descobrindo a melhor maneira de dar a descobrir o palhaço que havia em cada um de nós.
Qual não foi a nossa surpresa quando, mesmo no cantinho do lado oposto apenas estava um menino! Ai que alegria, saber que os habitantes daquelas caminhas conseguiram passar o fim-de-semana em casa. No entanto o A ainda lá estava. [Sim, foi a primeira vez que encontramos meninos que já conhecíamos pela proximidade das visitas] O A desta vez estava a brincar com os seus bonecos e ainda mantinha o balão que lhe oferecemos, muito mirradinho. Voltou a experimentar a joba do leão e a borracha do balão que tanto o encantaram.
Daí partimos à descoberta do pequeno quarto da V, que não estava muito para conversas. Algumas dores na perna e uma noite mal passada não estavam nada a ajudar à recuperação. Deixamos uma lembrança de balão e alguns descanso.
À porta já estava a L, tentando descobrir quem eram aqueles meninos de nariz vermelho! Acompanhamo-la então à enfermaria seguinte, onde estava mais uma cara conecida: o J, que apesar de algum soninho e alguma birra, lá o conseguimos convencer a nos dar música. Até conseguimos um comboinho com todos enfermaria fora! O R estava com o seu Magalhães e não nos deu muita importância. Apesar da sua indiferença, perante dois balões de futebol e um adversário à altura (Palhaço Sérgio) conseguimos um jogo muito animado! Ao mesmo tempo a L adorava as nossas brincadeiras e não dispensava a atenção de todos! Com a presença da F, que era do quarto ao lado, conseguimos alguns sorrisos.
Acompanhando a F, conhecemos mais dois companheiros de quarto: a R (já nossa conhecida) e o V. Sendo eles mais velhinhos um balão já não era suficiente... Ao recebermos a boa notícia que a F ía embora nesse mesmo dia, tal como a R e o V no dia seguinte, festejamos com a adaptação de um hit musical:
"A 24 de Maio (puntx-pu-ur-pum-puntx-pu-ru-pum-puntx)
A F vai embora (puntx-pu-ur-pum-puntx-pu-ru-pum-puntx)
Do Hospital (puntx-pu-ur-pum-puntx-pu-ru-pum-puntx)
A fazer caretas (puntx-pu-ur-pum-puntx-pu-ru-pum-puntx)
Panados com pãp-pão. Panados com pão.
Charope, charope, charope, charope
A Enfermeira de facto de treino
Arrasta as camas-camas. Arrasta as camas-camas.
Arrasta as camas-camas. Arrasta as camas!"
A nossa visita continuou, mas desta vez com uma missão muito especial. Fomos incumbidos de cantar os Parabéns ao menino do quarto 29. Preparamos os balões e espreitamos com os pequenos animais, que usamos para cantar os Parabéns. Quando a porta se abriu, a cama do R foi invadida de tanta cor que ele até ficou um pouco assustado. Lá conseguimos acalmar o pequenito e deixar uma mensagem de Felicidades e Esperança para o R e para a mãe.
Mesmo ao lado estava o A rodeado da família. Como se encontrava a descansar deixamos ficar apenas um presente redondo dos nossos.
Terminamos a nossa viagem com duas J, igualmente bonitas e crescidas, no entanto ainda em convalescença de uma operação complicada. Deixamos dois beijinhos e o desejo das melhoras!

E assim terminou mais um sistema de Multiplicar Sorrisos!
Espero que os palhacitos Sérgio, Teresa, Inês e Mariana tenham gostado da experiência e tenham ficado com o bichinho que é ser eternamente criança... As pequenas coisas, que começam nos cantos da boca, abrem o sorriso e aquecem o coração são essenciais ao prognóstico. Obrigada pela vossa disponibilidade :)

Ana Clara

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ufa ufa... emoções fortes... muito fortes....


Sabes aquele sentimentos de que há momentos únicos e que vão durar para sempre? Se tiveres o privilégio de conhecer pessoas especiais, daquelas que ainda ousam sonhar e desejam mais do que simplesmente existir, saberás do que estou a falar...

No Domingo 10 de Maio de 2009, esse sentimento esteve presente, e bem presente...

Foi um Domingo diferente de todos os Sábados (pois claro!!!... ).
Desta vez não entramos apenas duas...
As portas tiveram de se alargar para entrarem oito pessoas bem cheiinhas de sorrisos...

Já falei deles por aqui.

Se carregares aqui poderás visitar o espaço onde vão partilhando o desenvolver de um projecto que se tem mostrado muito bom. Não é sem dúvida mais um projecto, é O projecto.

Já falei e volto a dizer, desta vez em publico, que nenhum professor queira guardar o 20 em nenhum bolso (ahah... já estou a dar o meu toque de influência... ).
Pelo que têm partilhado comigo o vosso trabalho é algo que vos implica de uma forma muito positiva e que passa por vida, não é apenas o arranjar material, mas o viver de um projecto.

Então lá fomos os oito, com o objectivo do projecto, mas com muito mais em mente...

Tivemos com pais e crianças de vidas únicas e diferentes...

O A. era uma criança que falava connosco pelo toque. Apesar de não poder ver, ria ao tocar o mini fantoche com juba de leão, ao sentir o toque do balão ou pelas brincadeiras que íamos fazendo com ele.

A C. que puxava muito pelos nossos narizes, que se divertia a descobrir quem se escondia por detrás.

No mesmo quarto que a C. estava a L. Uma bebé de olhos muito atentos que apesar de não falar, esticava os seus braços para chegar até ao nariz que teimava em fugir...

Estivemos também com o J. que deu música a toda a gente e deixou todos a dançar pelo quarto.

A R. que estava com os papás e a ser mimada de colo em colo.

O J, que ao princípio foi derrotado pela vergonha, mas que logo logo, pelo golpe de espadas de balão se desfez em sorrisos e viajou de popó com as suas pantufas que faziam bruuum bruuum em correrias malucas.

A C. que dizia não. Não, não, não...
Não nos queria a nós. Mas como não desistimos de ninguém lá insistimos mais um bocadinho e o sorriso logo veio. O Noddy andava por lá com o Pai-Natal e para irmos embora tivemos de ir procurar a C. que de si mesma não sabia. Foi difícil... ufa...

O G. e a F. que estavam nos computadores. O G. a vencer territórios e a F. que com carinho nos fez em desenho, onde tudo começou com uma bola vermelha e acabou em algo bem mais bonito do que nos mesmos...

Depois estivemos com o R. que era já mais crescido, mas que não nos quis receber. Demos um tempinho e antes de lá voltarmos fomos à vizinha M. que também já se aproximava mais das nossas idades. Com ela falamos da escola, de comida e de muitas outras coisas. Aproveitamos e perguntamos pelo nome do vizinho.

Lá voltamos ao vizinho, desta vez com a determinação de conseguir libertar. Um papel espreitou pela porta e dizia "És o maior R" e parece que era mesmo, porque lá entramos, com mais o pretexto de que tínhamos a comida para o almoço (muaaaahhh). Falamos de futebol, da escola, de isto e daquilo e lá saímos com um sorriso ainda maior...

Parece que todos vencemos.

Haverá muitas coisas a conseguir superar um dia como este?
Duvido e muito...

Obrigada Inesita
Obrigada Filipe
Obrigada Jorge
Obrigada Patrícia (Tita... olha, olha as confianças!!)
Obrigada Pedro
Obrigada Mariana


Foi muito bom libertar sorriso com vocês...
Quando a próxima vez?


E nunca digas que isto é complicado. Basta ser a pessoa que somos...
E mesmo que não queiras há sempre motivos mais fortes que não te deixam ficar parado...


Fazem o coração saltar de uma maneira e sem aviso, fazem-nos querer viver cada momento ao pormenor...


São coisas inexplicáveis. Não será isto o Amor?
Amar não é assim tão difícil...
Poderes dar-te e ser são coisas que não se trocam por nada...
Não concordas comigo?


Relativamente a vocês, companheiros de qualidade, que estiveram connosco neste Domingo. só tenho a acrescentar que vocês são pessoas bonitas... cada um ao seu jeito...
Acho que os sorrisos libertos não enganam.





Bem, mas acho que por agora chega de palavras (apesar de estar a transbordar delas para dizer tudo isto... mas a verdade é que parece que nenhuma o consegue fazer...)...
É preciso, também, saber calar...





Guardo tudo com muito carinho.
E um OBRIGADA a cada um, com quem tive o prazer de estar neste dia...





Beijoca muito nariguda...

Ana Ascensão
(e como não podia deixar de ser a Anita Moreira assina cada uma destas palavras... eu bem digo que tenho razão, quando digo que isto não se troca por nada, todos vivemos esta experiência e sentimos a mesma vontade de saltar com ela...
Já agora, digo o que já sabes, mas obrigada também a ti Anita. Momentos únicos partilhados contigo, minha amiga.)